Triste. Cansada. Deprimida. Nem sei como identificar o que sinto. Apetece-me dormir durante dias, e sei que quando "regressasse" tudo estaria mais nítido. Nunca fui de estar enfiada em casa, mas com o Rafael sinto-me mais segura aqui, não me perguntem porquê mas não aprecio sair sózinha com ele. E estar em casa tanto tempo está a afectar-me. Sinto-me mais burra, menos desperta para a vida. E sobretudo sinto-me desvalorizada. Raramente alguém reconheceu o meu valor, mas a nível profissional eu sei o que valho. Também sei que sou boa dona de casa, e se calhar até sou boa mãe. Mas quando vivemos com alguém que é prefeccionista e que se acha melhor em tudo é díficil acreditar que sabemos fazer as coisas. Não me intrepretem mal, o Nuno é uma optima pessoa e eu sei que ele gosta muito de mim. Mas são demasiadas as coisas que nos vão afastando.
Hoje discutimos por um nada e eu senti vontade de estar sózinha com o Rafael. Ser livre, valorizar-me, sentir-me mais feliz. Mas no fundo amo-o muito e a minha felicidade é aqui, sei que se for vou querer voltar.
Estar em casa tanto tempo não me faz bem, preciso de trabalhar de me sentir útil. Penso demais, e amanhã não vai ser um dia fácil o outro vem ver o Rafael e quando isto acontece os dias antes são um inferno para mim. Tenho medo. De perder o meu filho um dia, para uma pessoa que não o merece. Que ele o leve. E de tantas coisas que não consigo explicar. Tudo nele me enerva, as mensagens idiotas, a voz, a forma como olha para o meu filho. Queria ter um super-poder e acabar com isto, afastá-lo das nossas vidas. Eu sei, não seria justo.
Amanhã seixo o meu filho entregue à minha mãe na presença dele e mesmo que seja só por um par de horas doi. Doi tanto que ele não seja filho do homem que eu amo. Doi tanto ter de o partilhar com uma pessoa que mal conheço. Fui irresponsável, fui negligente e disso resultou o meu maior desejo, foi por isso que fui mãe. E amo demais o meu filho e o Nuno adora-o e é um pai perfeito para ele, mas se pudesse voltar atrás não me levem a mal, mas não faria nada disto. O meu bebé será sempre uma criança partilhada e isso parte-me o coração. Não vivo com um homem sensível ou talvez não me saiba exprimir perante ele, mas tudo isto me custa tanto e depois discutimos por um nada e eu estou a chorar há mais de uma hora, pela discução e pelas palavras duras e por causa de amanhã e porque me sinto um lixo.
E nestas alturas ponho toda a minha vida em causa, e só olhando para o meu filho a dormir sereno o meu coração apazigua, e por ele, sempre por ele, eu serei forte e aguentarei o dia de amanhã. Ainda que me custe partilhá-lo.
Não menti, nem enganei ninguém, assumi o meu erro mas não quis ser infeliz e sei que sou muito críticada por isso mas não podia fazer de outra forma, porque mesmo quando estou triste e discuto por um nada, me sinto desvalorizada e deprimida, sei que estou com o homem que amo e que fará o nosso bebé feliz. Sim, custa partilhá-lo e amanhã será um dia mau e esta dor de cabeça só vai piorar. Mas no final do dia ele voltará a ser só nosso... e a fazer.nos mais felizes.
E mesmo sabendo isto, não consigo parar de chorar.
Este post não tem título porque a minha cabeça está confusa e o post é demasiado confuso. Desculpem o desabafo...